Desrealização e Despersonalização - Um estranho no espelho

"Não me reconheço mais... Me sinto como se estivesse em um sonho, ou alucinando"

Esse post será informativo, vou falar sobre meu tratamento e como anda minha melhora em outro post. Este post, será para informar as poucas pessoas que me acompanham, o que é Desrealização e Despersonalização. Sintomas, causas, agravantes e doenças associadas.
Eu não sou psicologa e nem psiquiatra, estou me baseando em pesquisas (que tirei de diversos sites) e em minha vivência como portadora de Dr/Dp. 
Sintomas:
- Sensibilidade à luz e ao som
- Sensação de irrealidade, como se estivesse sonhando ou alucinando
- Não se reconhecer no espelho
- Estranhar o próprio corpo, como se não fosse você que estivesse ouvindo, enxergando, falando e tocando
- O mundo parece mecânico, como se estivesse dentro de um filme
- Problemas na visão, como: visão em túnel, moscas volantes etc
- Sensação de que o corpo ou objetos a volta aumentaram, sentindo-se maior ou menor que o normal
- Objetos parados parecem se mexer
- Estar a caminho de algum lugar, e perceber que não faz ideia de onde está. Dirigindo, como passageiro ou até mesmo caminhando.
- Estar em uma conversa, e perceber que não ouviu nada (ou poucas partes) do que a pessoa disse
- Ficar olhando para o "espaço", e não perceber que o tempo passou
- Apatia
- Dificuldade em demonstrar afeto, sentir e manter relacionamentos
(Algumas dessas sensações dissociativas são normais. Elas só se tornam um problema quando influenciam a vida da pessoa, causando desconforto e/ou problemas emocionais e psicológicos)

A desrealização pode estar presente sem a despersonalização. Nesse caso, os problemas de percepção estão ligados com a realidade e não com o corpo.
Desrealização = Estranhamento com a realidade e o mundo a volta.
Despersonalização = Estranhamento com o próprio corpo e personalidade.
Despersonalização - Dormência Mental: Em psicologia e psiquiatria, a despersonalização é entendida como "uma desordem dissociativa caracterizada por experiências de sentimentos de irrealidade, de ruptura com a personalidade, processos amnésicos e apatia." É um estado no qual a pessoa tem a sensação de estar "fora de si" como se estivesse em algum outro lugar controlando à distancia seu corpo e sua mente como um boneco. É este estado que chamo de Dormência Mental, e acontece quando "tomamos consciência de nossa consciência". Explico: nosso mundo é dividido em objeto e sujeito: Objeto é tudo aquilo que podemos conhecer, isto é, as coisas das quais podemos ter consciência(coisas, pensamentos, espaço, tempo, sons, etc). Sujeito é aquele que conhece as coisas mas que nunca pode ser conhecido, é aquele que tem consciência daquilo que está "fora", do objeto, do universo. O fato de dizermos "eu conheço tal pessoa" não significa que conhecemos aquele sujeito, pois este não pode ser encontrado, é o "eu" da pessoa, a consciência que só pode ser localizada no tempo e nunca no espaço. Apenas o sujeito pode ter uma leve ideia de si mesmo. O que ocorre na despersonalização é um fenômeno (acidental ou proposital) no qual o sujeito "trapaceia" e toma consciência de si mesmo e, como só podemos ser conscientes daquilo que está fora de nós, ocorre uma ruptura, uma divisão da consciência em duas: uma que conhece e uma que é conhecida. Daí vem a sensação de estar fora de si mesmo, e o desespero vem com a sensação de irrealidade pois nestes momentos percebemos o quanto infundada e sem sentido é nossa mente e consciência. É como abrir as portas da percepção e ver como somos feitos de nada e o quanto estamos afundados em abstrações. De fato, neste momento percebemos que nada é concreto, nem espaço nem tempo, nem nada de nada. É claro que no momento em que ocorre eu não tenho a capacidade de analisar tudo isso, já que a minha preocupação maior é a de voltar ao normal e perder toda essa consciência maldita. Toda esta analise vem depois quando penso sobre o ocorrido. É a última saída da caverna rumo ao "deserto do real".

Causas:
 A despersonalização pode surgir com o consumo de drogas, como Cannabis ou Ecstasy; mas há outras causas: o transtorno dissociativo pode desenvolver-se devido a uma exposição prolongada a estresse, mudanças repentinas no contexto pessoal, laboral ou social, entre outros factores.
- O estresse constante e persistente
- Certos medicamentos
- Álcool
- Evento traumático, choque
- Problemas não resolvidos
- Raiva não resolvida
- Drogas ilícitas e lícitas
- Ansiedade e outros transtornos

Casos graves:
Alguém sofrendo de desrealização e despersonalização severa pode ser especialmente suscetível ao suicídio, realizando o processo de forma calma e tranquila, sem ter real consciência do que faz. Se o problema relacionado com a despersonalização for tratado, a despersonalização severa (assim como em qualquer grau) pode ter seus sintomas reduzidos e até mesmo anulados.

Agravantes: 
Drogas ilícitas como maconha, ecstasy
- Drogas lícitas como nicotina e cafeína
- Isolamento, introspecção
- Estresse
- Multidões (a pessoa sofre muitos estímulos visuais, auditivos, olfativos, táteis)
- Situações fora de rotina e fora da zona de conforto (a pessoa não sabe lidar em alguns momentos com pessoas ou situações sociais)

Doenças associadas: 
Desrealização e despersonalização é também um sintoma de outras desordens, como:
- Transtorno bipolar
- Transtorno de personalidade borderline
- Depressão
- Esquizofrenia
- Estresse pós-traumático
- Ataques de pânico
- TAG (Transtorno de Ansiedade Generalizada)

A despersonalização encontra-se intimamente relacionada com a ansiedade e outros transtornos. Enquanto a desordem isolada, é desencadeada pela vivência de uma situação traumática, como: maus tratos (de natureza física ou psicológica), acidentes e catástrofes. Esta pode ainda despoletar-se no indivíduo se este atravessar um conflito interno insuportável: a mente passa por um processo inconsciente de dissociação. Separa (dissocia) conhecimento, informações ou sentimentos incompatíveis ou inaceitáveis procedente do pensamento (realidade) consciente.
Personalidade: Alguns indivíduos são basicamente mais reativa do que outros. Estas são as pessoas que são inteligentes, criativas, analíticas e geralmente mais reativo a estímulos externos. Elas experimentam uma maior reação a estímulos, onde os outros não podem. Eles podem reagir de maneira mais forte a:
- Medicamentos
- Álcool
- Cafeína
- Nicotina
- Excesso de açúcar
- Mudanças de temperatura
- Bright Light
- Falta de sono
- Drogas Recreativas

Preocupação em excesso e sentimento de culpa: A mente rapidamente envolve tudo o que está lidando, para criar um sentimento de encerramento, se os fatos são verdadeiros ou não. Portanto, se um foi recentemente fumava maconha e está se sentindo "estranho" ou "estranho" depois, a mente, pelo processo de eliminação, deduz que alguns danos devem ter ocorrido. Cada momento livre é gasto em auto-culpa e preocupação com medo de que danos permanentes ocorreu quando nada poderia estar mais longe da verdade.

Diagnóstico: Para estabelecer o diagnóstico do distúrbio dissociativo da identidade, o médico realiza uma entrevista médica e psiquiátrica completa, questionando em especial sobre as experiências dissociativas. Entrevistas especiais foram desenvolvidas para ajudar na identificação do distúrbio. Além disso, o médico pode entrevistar o paciente durante longos períodos, solicitar que ele mantenha um diário entre as consultas e usar a hipnose ou entrevistas facilitadas por medicação para ter acesso às personalidades. Essas medidas aumentam a probabilidade do indivíduo passar de uma personalidade à outra durante a avaliação. Gradativamente, o médico traz à tona várias personalidades, pedindo que fale a parte da mente que se encontrava envolvida em um determinado comportamento. Pode ser que o paciente não se recorde desse comportamento ou que ele o tenha vivenciado mais como um espectador do que como sujeito ativo (como se a experiência fosse um sonho ou irreal).

Tipos clínicos de Dissociação: Um dos dilemas da classificação dos sintomas dissociativos é que eles assumem formas e expressões muito variadas. Os sintomas podem ser emocionais, perceptuais, cognitivos ou funcionais. Os sintomas podem envolver a percepção alterada do tempo, espaço, senso de self (Numa aceção geral, entende-se por self aquilo que define a pessoa na sua individualidade e subjetividade, isto é, a sua essência) e realidade. As expressões emocionais podem variar do pânico até o entorpecimento e catatonia. As percepções sensórias alteradas podem variar da anestesia e analgesia, até a dor intolerável. As expressões motoras freqüentemente envolvem fraqueza, paralisia e ataxia, mas também podem se apresentar como: tremores, disartria, sacolejos e convulsões. Os sintomas cognitivos podem envolver confusão mental, disfasia, discalculia e déficits severos de atenção. As alterações de memória podem aparecer como hipermnésia na forma de flashbacks, ou como amnésia na forma de estados de fuga ou de amnésia traumática mais seletiva. A percepção do tempo é freqüentemente muito alterada, geralmente caracterizada por um senso de lentificação.

A percepção alterada do self (despersonalização) pode se manifestar como uma experiência de estar fora do corpo, ou um senso de intensa familiaridade (de ja’vu). Em sua expressão mais extrema, a despersonalização pode se manifestar pela percepção de vários estados de self separados na forma de personalidades distintas (Transtorno Dissociativo de Identidade), cada uma com características de personalidade e até mesmo atributos físicos específicos. Pessoas ou eventos estranhos podem parecer familiares, enquanto faces e cenas familiares podem parecer estranhas ou desconhecidas.
Recordações anormais também constituem um fenômeno dissociativo significativo. A amnésia simples do evento traumático é freqüente, e pode se apresentar como amnésia completa, ou como conteúdo de memória inexato ou distorcido. Estados de fuga apresentam um estado extremo de amnésia, caracterizada por períodos de tempo sobre o qual o paciente dissociativo não tem qualquer lembrança, freqüentemente ativados pela exposição a sinais que trazem reminiscências de um trauma anterior. Durante esse tempo, a pessoa pode parecer distraída e não se lembrar de fatos pessoais. Mais freqüentemente, pode parecer confusa, histriônica, socialmente inapropriada ou bizarra.
Talvez o sintoma mais característico da dissociação seja o flashback. Este tipo de episódio é distintivo porque envolve intensa ativação e reexperiência, sintomas mais relacionados ao TSPT agudo do que à dissociação. Durante estes episódios, que podem ser breves ou durar várias horas ou mesmo dias, com freqüência a pessoa terá também experiências mais tipicamente dissociativas tais como despersonalização. Os processos sensórios e a percepção podem ser muito distorcidos. Durante os flashbacks, a pessoa pode parecer confusa e desligada, mas depois ela pode relatar experiências sensórias e memórias vívidas, freqüentemente associadas com intensas emoções e estados de ativação. A exatidão das lembranças associadas pode variar em graus de validade ou distorção.
 As reações de conversão e histeria já não são descritas no DSM IV como transtornos de dissociação (Associação Psiquiátrica Americana, 1994). Na realidade o DSM IV chega ao ponto de afirmar que quando sintomas dissociativos e de conversão acontecem no mesmo paciente, ambos os diagnósticos devem ser feitos. A base neurofisiológica e fisiopatológica para a dissociação proposta neste artigo, porém, demanda que a conversão seja re-introduzida como uma forma específica de dissociação, que é muito ligada às alterações perceptuais e somáticas que são, na realidade, características intrínsecas do processo dissociativo. O modelo apresentado propõe que os sintomas neurológicos atípicos e os sinais que caracterizam a conversão constituem alterações perceptivas baseadas em traumas anteriores, e representam à mesma cisão de consciência que produz as desordens na percepção de tempo, espaço, realidade e self apresentadas acima. Como tal a conversão, como também outros sintomas de dissociação (analgesia, dor, paralisia, ataques convulsivos), podem ser associados com o mesmo espectro de fenômenos positivos e negativos relativo ao TSPT.

Filmes:
Numb, filme de: Harris Goldberg.


Tarnation, filme de: Jonathan Caouette


Biografias: 
Feeling Unreal, de Daphne Simeon
The Stranger in The Mirror, de Marlene Steinberg e Maxine Schnall


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Espero que o post tenha ficado o mais completo possível. Caso tenha faltado algo, me mande uma mensagem via inbox na page, que irei analisar e adicionar aqui.
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                                                                           (via - Desrealização Brasil)

Um comentário:

  1. Olá! Às vezes isso me ocorre e não considero um distúrbio ou doença. A consciência tem vários veículos de manifestação. É multidimensional. Tem pelo menos os corpos físico, astral e mental, talvez outros. E uma informação ainda mais chocante que ouvi há duas semanas em uma palestra de uma associação vinculada à conscienciologia é que há a hipótese da consciência não estar dentro de nenhum destes veículos. É parecido com as sondas de exploração de terrenos de difícil acesso, não são tripuladas, são operadas remotamente. Então, de acordo com esta hipótese, a consciência, que seria uma organização energética de manifestação referencial (precisa do outro para se perceber) operaria estes veículos com suas energias, remotamente (poucos metros) e acabaria se confundindo no processo, achando que é ou está dentro, por exemplo, do corpo físico.

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